A Polícia Civil do Goiás (PCGO) prendeu, na tarde desta sexta-feira (14/4), Rogério Santos da Silva, 37 anos, detido e liberado após arremessar um carrinho de compras na cabeça de uma mulher, em um mercado de Santo Antônio do Descoberto (GO), no Entorno do Distrito Federal.
A prisão de Rogério ocorreu quase dois meses após a agressão contra a vítima, em 22 de fevereiro. O pedido de prisão do Ministério Público de Goiás (MPGO) ganhou força devido a uma investigação anterior contra o acusado, por tentativa de feminicídio, em 2017, que corria sob sigilo judicial.
Nessa quinta-feira (13/4), a Justiça de Goiás aceitou a denúncia do MPGO e decretou a prisão do investigado.
À época do caso, o carrinho acertou a têmpora da vítima. Após perder temporariamente a consciência e os movimentos temporariamente, ela precisou ficar em uma cadeira de rodas para receber os primeiros atendimentos. “Graças a Deus, tenho uma boa resistência física, e ele [Rogério] não conseguiu causar um traumatismo craniano em mim ou algo pior”, contou ao Metrópoles, em fevereiro.
A vítima estava na fila do supermercado para pagar as compras e, enquanto isso, mandava um áudio como mensagem. “O homem na minha frente, que aguardava a vez dele de pagar as compras, sem esboçar qualquer reação brusca nem proferir qualquer palavra, caminhou lentamente para o lado. Eu deduzi que ele apenas trocaria de carrinho”, contou a cliente.
E continuou: “No momento em que gravava o segundo áudio, dei um passo à frente. De repente, sem que eu entendesse o motivo, ele atingiu minha cabeça com o carrinho”. O agressor chegou a passar as compras no caixa, mas foi impedido de ir embora por testemunhas. Acionada, a Polícia Militar de Goiás (PMGO) deteve o agressor.
Versão do agressor
Delegado de Santo Antônio do Descoberto à frente das investigações, Guilherme Carvalho Rocha afirmou que o agressor disse à polícia ter sido chamado de “veado” e alvo de outras ofensas de cunho homofóbico. No entanto, os áudios mostrados pela vítima, que coincidem com o momento da agressão, comprovaram que ela falava de outros assuntos na hora do ataque.
A cliente acrescentou que não dirigiu a palavra ao agressor e que sequer havia olhado para ele. “Eu nunca tinha visto este homem anteriormente. Não tive qualquer contato verbal com ele antes da agressão. Tenho os áudios como prova. Estava apenas seguindo minha vida, meus afazeres, como uma cidadã comum, e aconteceu esse atentado”, relatou a vítima.